É fácil ser amado amigo,
dificil mesmo é amar.
Ser amado é como um jogo:
aposta-se um pouco e o parceiro cai no logro.
Mas amar, amar que eu digo,
não é o convívio ameno,
o bate papo sereno;
amar que eu digo
não é passar os dias
entrando e saindo deles,
enganado os fastios.
Amar que eu digo não é,
também, a economia cotidiana,
repetida sobre a cama.
Amar que eu digo não é
gostar por dizer, porque assim
foi prometido.
Amar que eu digo é mais,
bem mais...e mais difícil,
amigo.
Amar que eu digo é estar junto o tempo todo,
mesmo que tão distante. Amar que eu digo é
morrer sempre um pouquinho de tanto, tanto
se dar.
Amar que eu digo é chorar misturado,
é esgotar-se na paixão, na compulsão
e nunca ficar sossegado.
Amar que eu digo é permitir o sofrimento,
imergir no sentimento.
Amar que eu digo é nunca estar saciado e
sempre, sempre, satisfeito.
Amar que eu digo é rir e franzir o cenho
dormir colorido e ficar sentido,
se não te fazem cantar.
Amar que eu digo é um sol, um gesto,
um cheiro, um sabor.
É bom ser amado, amigo,
mas amar é bem melhor.