Vôos Blog(u)éticos de Ivy


"e falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, uma frase... E a vida dói quanto mais se goza, e quanto mais se inventa..." Fernando Pessoa

quarta-feira, julho 31

--- Falando sério --

Ando preocupada.
Será que todos os eleitores de Lula resolveram seguir o conselho de não declarar suas preferências aos institutos de pesquisa?
Tenho uma fé que diria quase inabalável no ser humano.
Esse quase fica por conta desses períodos eleitorais.
Por causa do eleitores, bem entendido.
Que continuam a se deixarem manipular, sempre e sempre.
"Será que essa minha retórica terá que se ouvir por mail zil anos?"



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segunda-feira, julho 29

-- Pois é... --

O risco Ciro Gomes
GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI


Consta que o banqueiro Olavo Setúbal, em conversa com Ciro Gomes, teria dito que não tem medo de Lula. "Porque, se eleito, o Lula não vai fazer nada. Eu tenho medo é de você." Todos concordam que Olavo Setúbal sabe o que diz. Sua perspicácia mercadológica foi posta à prova muitas e muitas vezes, sempre com sucesso. O receio manifesto por alguém nessas condições deve ser ouvido como um vaticínio. Poderá cumprir-se ou não, mas é bom levá-lo em conta. O poder de arranque de Ciro nas pesquisas começa a assustar o eleitorado de cabeça fria.

Para quem não morre de amores por Ciro Gomes, a primeira cautela, ao opinar sobre ele, será a de não desqualificá-lo sumariamente. Para manter a isenção forçoso é reconhecer suas qualidades de homem público. Ciro irradia o charme discreto do líder providencial, o salvador da Pátria em perigo. Ele é enérgico, dotado de senso de autoridade, rara hoje em dia; sabe mandar e nada consta quanto à sua honestidade. Em sua alma vibram sincero patriotismo e forte idealismo, dos quais não se envergonha.

A trajetória do político cearense comprova sobejamente esse perfil, confirmando seu pulso executivo. Ao assumir a prefeitura de Fortaleza, limpou a cidade de toneladas de lixo acumulado nas praias e nas ruas e saneou as finanças, voltando a pagar os salários do funcionalismo, repondo as parcelas atrasadas. Como governador, desenvolveu atuação também saneadora e empreendedora, entregando o Estado em boas condições ao sucessor. Gosta de falar, tem o dom da oralidade, boa cabeça e argumentação aliciadora, o que explica seu sucesso na televisão. Em suma, Ciro Gomes exibe liderança à flor da pele, e sua postura física retesada é a de um puro-sangue da política, um executivo nato, cheio de vitalidade, dinamismo, coragem e determinação.

Depois desse retrato, que poderia passar pela imagem do político ideal, é o caso de indagar: onde está o defeito de Ciro? Existirá no candidato do Felipão, de ACM e de Bornhausen, tão bem-dotado, algum ponto fraco ou duvidoso, que possa comprometer tamanha soma de qualidades? Não há dúvida que o ponto fraco existe, e está bem à vista de todos. É o seguinte: Ciro, nos bastidores de sua magnífica fachada de carisma e eficácia, sofre contradições terríveis, que ele não sabe administrar harmoniosamente e entram em curto-circuito, eclodindo em explosões inesperadas, de efeito incalculável. Ciro é material perigosamente inflamável, uma caldeira de alta pressão sem válvulas de escape, e suas explosões atingem vários níveis:

podem ser estampidos verbais, xingamentos grosseiros, insultos torpes e pesados; estouros voluntaristas, manifestos em atos e decisões precipitados e impulsivos, que podem não ter volta nem correção possível; rupturas políticas abruptas com os aliados do passado e aliança com os ex-inimigos; estalos ideológicos detonados no gosto do confronto aberto com a ortodoxia, a moderação, e na tendência incoercível para o extremismo e o exibicionismo.

Contradições todos nós as temos; a questão é querer administrá-las de modo a desarmá-las, o que nem todos querem. A contradição básica e primária de Ciro, da qual ele é incapaz de livrar-se, remonta às suas origens políticas.

Sua família, os Gomes de Sobral, integram uma poderosa oligarquia pesando há mais de cem anos na região. Seu bisavô e seu pai foram prefeitos de Sobral e o atual prefeito é seu irmão, Cid. Representante da fina flor da oligarquia nordestina, como conciliá-la com o ideal apregoado de um político democrata, moderno e progressista, sobretudo num temperamento sentimental como Ciro, agarrado aos manes da família e do meio em que foi criado? A genética do caciquismo não entra em conflito com a cartilha da igualdade e das mudanças sociais? Na linha dessa mesma contradição, Ciro entrou na política pela porta suspeita do PDS, partido gestado pela Arena, agremiação que dava sustentação à ditadura militar. Ele mesmo reconhece: "É uma mancha na minha vida, que assumo, não sem um trauma pessoal" (Veja, ed. 1760). Aí está: os traumas pessoais do candidato, que são muitos e continuados, resolvem-se em explosões absurdas, irracionais, que abalam todo um castelo imaginário de boas intenções.

Uma coisa é a pessoa dada a instabilidades eventuais e muitíssimo outra é o indivíduo movido continuamente a explosões, como Ciro Gomes. A imprevisibilidade é a nota constante e inquietante de sua conduta, traço que o aproxima, para seu desgosto, de dois presidentes que não deram certo devido ao excesso de "independência": Jânio Quadros e Fernando Collor. Como confiar num governante sujeito a rompantes, que desfaz com os pés o que construiu com as mãos? Ciro chama a política para o campo pessoal, em vez de fazer o contrário, consagrando seu ego desmesurado à tarefa impessoal de promoção do bem público pautado na lei e no Estado de Direito, e não nos destemperos, nos caprichos e nas vontades de um temperamento de prima-donna.

E que pensar do apoio do PFL? O presidenciável diz-se "constrangido", mas aceita a aliança proibida. Mais uma contradição, mais uma explosão iminente.

E que dizer de seu guru ideológico, a extravagante figura do professor Roberto Mangabeira Unger, que lembra um personagem fugido daquele conto de Poe, "O sistema do dr. Abreu e do prof. Pena"? Não se trata de nenhuma nulidade, mas de um intelectual engenhoso, embora de aparência meio lunática, que reclama para o Brasil "projetos fortes" (Folha de S.Paulo, 16/7). "Projetos fortes" é o eufemismo para o populismo e o estatismo desse ex-correligionário de Leonel de Moura Brizola, com verniz de Harvard e tinturas acadêmicas. Estatismo e populismo que encontram terreno fértil num candidato inflado de soberba, que se pretende acima de tudo e de todos, talvez até dos partidos e das instituições.


Gilberto de Mello Kujawski, licenciado em Filosofia, é autor, entre outros, do ensaio Idéia do Brasil - A Arquitetura Imperfeita (Senac) E-mail: gmkuj@ig.com.br



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sábado, julho 27

-- Pra não dizer que não falei de Victor --

A volta de Eudora Light
(Miniconto sujeito à Internet com personagens soft)

Victor Giudice

Eudora Light não se sentia feliz casada com Word Seis porque o considerava um Ponto Zero. Um dia, viu uma Photo Deluxe de Aldus Pagemaker e ficou apaixonada. Saiu pela primeira Windows que encontrou aberta e Netscaped com ele. Acontece que o Trumpet Winsock de Page não tocava. Decepcionada, Eudora aceitou uma proposta de Microsoft foram morar em Control Panel. Lá, abriram uma Photoshop para ganhar a vida. Porém, com o nascimento de Corel Draw, esvaziaram o File Manager.

Quando a notícia foi publicada no Printer Setup, Aldus pegou um Navigator e, em três segundos, desembarcou em Control Panel, matou os traidores e despachou os corpos em dois e-mails: um para Flori e outro para Márcia. Em seguida, Aldus escondeu-se em Lotus até embarcar clandestinamente num Config Sys. Aterrissou em Clipboard e passou algum tempo vendendo Netdials na porta de uma Paintshop. Um dia, foi devidamente Scanneado e levado para um Template, onde Organized uma seita secreta dedicada a promover Print Previews.

Um domingo, resolveu abrir o Template para uma reunião extra. Um provedor ficou revoltado e gritou: Close! Pagemaker respondeu: Open! Desesperado, o provedor ordenou:

Exit! Mas Aldus sacou uma Pkunzip e decretou: Error, time out. Apavorado, o provedor trepou numa X-Tree Gold e ficou soltando Power tracks. Vitorioso, Aldus anotou tudo num Notebook e enviou um Winfax para Macintosh.

Quando Macintosh ia Select All para contar a novidade, um poderoso Intercom disfarçado em Zoom abriu um Drop Cap e replaced Eudora Light e Microsoft em pessoa. Mal se configuraram, Micro apontou um IBM com 64 megas de RAM e deletou Macintosh. Nunca se soube a verdade sobre o saved as DOS amantes.

Hoje, Eudora e Micro vivem felizes em Multimedia, ao lado do pequeno Corel Draw e ao Sound Blaster de Cake Walk, à custa do Thesauros acumulado nos anos de 92, 93, 94 e Windows 95. Finalmente, Aldus Pagemaker encontrou a paz conjugal ao lado de Delrina, que convenceu-o a morar num Modem recém-instalado.





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terça-feira, julho 23

-- Sempre Pessoa --

""O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...


Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar..."


"O Guardador de Rebanhos".
In Poemas de Alberto Caeiro.
Fernando Pessoa.





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-- Divórcio --
Alceu M. Denes

Implodidos tantos sonhos
Esvai-se o último...
Não terei lágrimas de viúva
Sobre meu cadáver



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sábado, julho 20

-- Dúvida --

como posso ser poeta
se tenho
um olho na tela,
outro na panela?
Ivy
18/7/02




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quarta-feira, julho 17

-- Piadinha --

A VELHINHA

Um homem maravilhoso, com um corpo escultural havia acabado de concluir
seus
estudos e não tinha dinheiro algum para pagar suas contas.
Foi então que decidiu se prostituir. Colocou na porta do seu apartamento um
cartaz com letras garrafais:

NA CAMA: R$ 100,00
NO SOFÁ : R$ 50,00
NO CHÃO: R$ 25,00

Uma velhinha que passava por lá no momento, parou e ficou olhando com
atenção aquele cartaz....Correu para a sua casa, pegou do maço de dinheiro
no fundo da sua gavetinha uma nota de R$ 100.00 e voltou em seguida ao
endereço do jovem prostituto.

Ao ver o jovem, mostrou a ele a nota novinha que levava na mão....
O rapaz pegou o dinheiro e disse:

- São R$ 100,00 vovó......Quer uma na caminha, né !?!?!?!?

Sorrindo, a velhinha responde:

- Não seja ingênuo, meu filho......Eu quero quatro vezes no Chão!!!!




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- A carta -
José P. di Cavalcanti Jr.

... j'aimais moins votre visage de jeune femme
que celui que vous avez maintenant, dévasté. *
Marguerite Duras - L'Amant

Não chore, não junte os dedos em súplica, não se revolte:
é preciso envelhecer.
Colette

-------
Apesar de recurso batido, é assim mesmo que é a pele de Ângela: macia como a imagem dos pêssegos e
clara como porcelana clássica, quase imaculada. Ah!... esta pele... esta pele não sangra!, rompe o
silêncio e voeja o sussurro de Sérgio. Os olhos azuis de sua bem-amada seriam tristes não
brilhasse, um pouco abaixo, toda a largura de um sorriso feliz, malgrado a timidez. Como uma pedra
de jóia de compromisso, Ângela fulgura silenciosamente com a demonstração do prazer gerado pelo
amor que sempre recebera.

Os olhos também azuis de Sérgio refletem um céu acinzentado como calçadas úmidas de um fim de tarde
de inverno, à medida que ele murmura: Acredite-me, você continua a ser de todas as minhas ilusões,
aquela que valeu a pena, e o meu único amor. Nada e ninguém me traz mais música.

Como a esculpir um precioso camafeu, seus dedos pretensamente trêmulos, porque indômitos, e com uma
avidez inutilmente disfarçada de conclusivos exploradores, deslizam pela sedosidade dos cabelos de
Ângela, desenham-lhe os traços, percorrem-lhe o pescoço e chegam ao seu colo. Entretanto, talvez
arrependidos, recuam rapidamente de volta à boca. Com o retrocesso e com a jura de mais demora nas
carícias, Sérgio tenciona não só prolongar a sedução mas, também, conferir eternidade ao instante
que presume, embevecido, conter toda a mágica daquele amor. Em seu anseio, transformando em perene
o que sabe inexoravelmente efêmero tanto quanto o degelo das cataratas - elas acabam sempre por
conquistar e aprisionar o calor - Sérgio quer vida, quer mais, quer paixão. Ele repele, então, a
realidade que não quer admitir e persiste na necessidade que o domina de transformar pelas mãos -
afinal, não são elas que aram, semeiam e colhem os milagres? - a certeza de seu amor mais que
sincero, fiel. O seu olhar, que até agora acompanhara o passeio pelo rosto da amada, detém-se sobre
a cerimoniosa exposição do sorriso e ali demora-se, frágil, comovido, acetinado. Farta-se do que
sempre lhe dá fome e, à semelhança de uma radiante alvorada que, ao lavar as dobras do mundo, a
este entrega uma bela manhã, Sérgio, no enleio, retém-na como se prendesse entre as mãos um poema,
de uma vida inteira, toda a essência.

Inclinado discretamente para a frente como se caminhasse, atento, por entre brilhantes e neblinas,
ele retorna ao colo e enlaça-a com uma ternura capaz de consolar um gemido de virgem. Decidamente,
pensa, o amor é fruto do sol; caso contrário, como explicar-lhe o ardor? Abraçado a Ângela, Sérgio
lembra a lapela - horizonte vincado - de um envelope.

Mais uma vez, a experimentar o maravilhoso e pleno transporte que lhe oferece aquele amor, ele não
se dá conta, no entanto, do perigo da sua devoção qual uma criança, no escuro, não percebe a débil
sustentação que uma vela concede à chama. Como evitá-la, porém? Não fora e não é aquele amor o seu
abrigo e o seu impulso, a sua vitória e a sua rendição, tudo e quase toda a sua vida, lindamente? É
justamente por isso que Sérgio, ao lado dela, não quer ver nem mesmo as horas. Acima de qualquer
coisa, inclusive do tempo, este é o seu deleite. Não incorrerei neste erro, minha querida, torna a
falar, e recuso-me a contar o tempo do nosso amor do mesmo modo que não o comparo a coisa alguma.
Com um beijo sobre a ponta do indicador, impressão sutil, indelével, ali quase abstrata como um
devaneio, firma sobre os lábios de Ângela o seu terno pacto.

Áspera, de repente soa a campainha. Passado o susto, sem perceber que deixara cair ao chão o
envelope que contém a primeira carta que lhe escrevera Ângela, Sérgio desculpa-se, pede licença,
deixa a sala e dirige-se ao jardim de modo a alcançar o portão.

Boa tarde! O senhor ainda não mandou consertar a sua caixa postal? É sempre a mesma coisa a cada
vez que lhe trago a correspondência; além de precisar causar-lhe esse incômodo, perco um tempo
enorme, precioso. Por favor, mande consertá-la; está bem? Dito isto, o carteiro afasta-se.

Sem responder-lhe, Sérgio espera que o homem se distancie enquanto palavras que apenas escutara,
tais como perco e precioso, parecem ecoar em sua mente e só então caminha alguns passos de retorno
a sua casa. Uma vez lá dentro, senta-se; Sérgio senta-se no mesmo lugar em que estava, agora,
porém, alquebrado. A seus pés, misturados ao envelope com a primeira carta que Ângela
escrevera-lhe, algumas contas, tantas bobagens, diversos folhetos publicitários...

Bem mais tarde, sem dúvida muito tempo depois do anoitecer e ainda completamente refém de uma
sensação de total inutilidade, Sérgio abre lentamente o álbum de fotografias e, entre outras
imagens também já bastante amareladas, ali recoloca Ângela, protegida por quatro canaletas que,
malgrado o surrado aspecto, - podia-se ver - eram de antigo papel dourado, daquele folheado a ouro.



* ... eu gostava menos de vosso rosto de jovem mulher
que deste que tendes agora, devastado.

Marguerite Duras - O Amante



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-- Vírus bem humorados --

-->pro Oscar :)))

VÍRUS ÉDIPO
O computador começa a comer sua própria placa-mãe.

VÍRUS VIAGRA
Transforma o disco flexível num disco rígido.

VÍRUS VIAGRA DE FARINHA
Transforma o disco rígido em um disco flexível.

VÍRUS CANDIDATO
Promete fazer tudo que você pedir, mas só depois das eleições.

VÍRUS CONGRESSO NACIONAL
Trava seu computador, a tela fica dividida em duas partes e cada uma delas informa que a culpa de nada funcionar é da outra parte.

VÍRUS CONGRESSO NACIONAL V.2.01
O seu computador só funciona e mesmo assim muito precariamente entre a terça-feira a tarde e a quinta-feira pela manhã. Nos demais dias da semana seu computador não funciona de jeito nenhum.

VÍRUS BAGAGEM-VASP
Os dados se extraviam e só vão aparecer a três mil quilômetros de distância uma semana depois. Ás vezes não aparecem de jeito nenhum.

VÍRUS MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO
Todos sabem de sua existência, mas ninguém sabe ao certo pra que serve ou o que ele faz. Na verdade, todos gostariam que ele fizesse alguma
coisa.

VÍRUS VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Ataca, principalmente, computadores instalados em farmácias e hospitais do governo. Quando ele percebe que há algo errado, aí ele começa a
aparecer em todos os programas.Mas só por alguns dias. Depois tudo volta a ficar como antes: tudo falsificado.

VÍRUS POLITICAMENTE CORRETO
Sempre surge atribuindo a si próprio o nome de "microorganismo eletrônico".

VÍRUS ECONOMISTA DO GOVERNO
Nada funciona direito, mas o diagnóstico é sempre o mesmo: está tudo bem.

VÍRUS BUROCRACIA GOVERNAMENTAL
Divide o disco rígido em centenas de pequenas unidades, cada uma delas sem qualquer serventia. Cada uma dessas partes passa a informar que é a mais importante de todas e passa a não fazer mais nada de útil.

VÍRUS IBOPE
Infecta 72% do seu computador e 55% da parte infectada perderá 37,5% dos dados. (Nível de confiança de 1,75%.)

VÍRUS ITU
Ele garante que é o maior de todos os que já atacaram seu computador.

VÍRUS CONSUMISTA
O computador trava e só volta a funcionar depois que você comprar um HD com o dobro da capacidade, trocar a placa-mãe e comprar um monitor de 21 polegadas.

VÍRUS KERVOKIAN
Ajuda seu computador a travar para sempre e diz que isso é um ato de misericórdia.

VÍRUS PLANO DE SAÚDE
Faz um ligeiro teste no seu computador e manda uma conta mensal de R$ 1.500,00.

VÍRUS TAMPAX
Sempre está nos melhores lugares nos piores momentos. (Investigações realizadas descobriram que esse vírus foi criado por um inglês chamado Xarles ou Charles. Há controvérsias quanto ao nome correto).

VÍRUS FHC
Escreve um monte de abobrinhas na tela e depois pede para você esquecer tudo o que ele escreveu.



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terça-feira, julho 16

-- Recebi, concordo e repasso --
obs: não confirmei autoria

E A GENTE ACREDITOU
DANUZA LEÃO ( O ESTADO DE SÃO PAULO)

Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa
acreditar, ainda por cima, se achar culpada por ser burra, incompetente e
sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.
Uma das mentiras: que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as
funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma
carreira profissional brilhante.

É muito simples: não podemos.
Não podemos; quando você se dedica de corpo e alma seu filho recém-nascido, que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome, não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante.

Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a
poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado
rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o
jantar,e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma
escova?

Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os
maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida
al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de
fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro -, e com isso o casamento continuará tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.

Ah, quanta mentira!
Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não a que faz de conta
que trabalha, mas a que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir
no capricho,usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se
vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver
um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada,
e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.

Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também
envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.

Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes -
aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas
coisas: tempo e dinheiro.

Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres,
tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um
acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação,alongamento,
comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.

É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria -,retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour. Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.

Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a
roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme
termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.

Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa,
têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.

E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver (segundo um
conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode
viver: ar, água e pão).

Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria.




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segunda-feira, julho 15

-- Novo vírus --

Já recebi hoje.
Informações sobre ele aqui




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-- Papo de segunda-feira --

-- Leu o meu poema de ontem (tá lá no blog)?
-- onde está?????
-- o segundo post
-- só que o poema de ontem não foi agora, não
faz tempo já, não?
-- fiz ontem e postei ontem, ué!
-- eu não leio nada aqui! e o pior é que o nome não é estarnho.
--> Depois de muito "não entender"...como podia aparecer na minha tela e não na dela...
-- aimeudeus! eu achei que o nome fosse: "Poema de Ontem"!

--> Pois é... não é só a Fernanda Rena que tem umas amigas Pinks na vida... :))))




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domingo, julho 14

-- Papo de fim de domingo --

-- E aí, como foi de plantão?
-- Foi tranqüilo sim, sem problemas, mas mesmo sendo tranqüilo a gente nao para..
mas foi bom... gostoso...
-- Só vc mesmo pra achar plantão de domingo, com loucos, gostoso! :))))
--> Tem gosto pra tudo, né? :)))))



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--- Realidade --

Nunca me foi ensinado
autografar livros,
dedicar poemas,
abraços longos.

Mais do que saber,
adivinho.
Mais do que querer,
sonho.

Sei-me
bem menos volátil
do que imaginam-me.

Ivy - 14/7/02



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sexta-feira, julho 12

-- silêncio! --

Eu sei q tô quietinha, mas fiquei chateada pq:
-- fiz um texto grandinho, contando história, e qdo fui selecionar pra trocar a fonte o texto sumiu;
-- o Rede Livre me deixou na mão;
-- tô controlando cada vez mais o tempo de conexão pq a Telemar não perdoa, cobra! Estranhamente, há 3 meses minha conta vem chegando a patamares nunca dantes alcançado, sem explicação plausível;
Além disso(s),
-- tô em preparativos de aniversários ( TRÊS - mãe e filha caçula hoje, dia 12 e filha mais velha dia 14) :)))




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domingo, julho 7

-- Novo link --

Descobri lá no Oscar o blog do Casal Stress. Muito bommm! :))))



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-- Também sou " assemelhada" (e não publicada!) --

Carta ao FHC - Mário Prata

Presidente:
Tenho certeza que se alguém lhe perguntar quem sou eu, o senhor responderá: o escritor. E, talvez - cutucado pela doce dona Ruth - até acrescente: pai do Antonio, também escritor.
Pois é, meu querido presidente: o senhor e a dona Ruth errariam. E eu estou aproveitando aqui o meu espaço no Estadão e os seus últimos meses aí no comando para te pedir um favor. Um favor de um brasileiro que o senhor conhece e até já leu uma vez ou outra. Um favor pessoal, quase íntimo.
O que eu quero, meu presidente, é que antes de o senhor deixar o governo, me reconheça como escritor. Não apenas eu. O Veríssimo, o Ubaldo, o Loyola, o Mateus, o Jorge Amado, o Machado de Assis, também estão na mesma situação minha. Como está o meu filho Antonio. Resumindo, meu caro: não existe a profissão de escritor no Brasil. Vou repetir: não existe.
Quando declaro meu Imposto de Renda (não existimos, mas pagamos), tenho de me dizer ou jornalista ou assemelhado. É duro, meu presidente, depois de 42 anos escrevendo (e vivendo disto) ainda seja apenas um elemento assemelhado. Não é nem semelhante, é assemelhado mesmo!
Minha profissão não existe, presidente. Não posso me aposentar... Não tenho um sindicato que me represente. Estou sujeito a contratos de direitos autorais absurdos que sempre beneficiam os editores e/ou contratantes.
Eles, todos com profissão definida.
Se me permite, senhor presidente, faça alguma coisa pela cultura neste seu fim de octaedro democrático. Sim, se o senhor olhar para trás, vai ver que deixará apenas as tais leis de incentivo fiscais que eu tenho certeza de que não lhe contaram direito como funcionam. Nunca tanto dinheiro ficou na mão de tão poucos (melhor ainda: poucas) "agentes culturais". Antes das tais "leis", as peças de teatro tinham oito apresentações por semana, lembra?
Agora têm três. Mas eu acho que nem o seu ministro da Cultura vai saber te explicar isso direito. Se quiser mais detalhes, converse com o embaixador de Portugal. Passei uns dias com ele lá em Lisboa e expus as minhas preocupações.
Voltando ao nosso problema, dos escritores. Dá um jeito aí, Fernando.
Oficializa a coisa. Nos dê uma profissão, com direito a uma cidadania digna.
Descola aí umas leis de incentivo pra gente (mas que não caia nas mãos das produtoras).
Não é nem mais por mim, que te peço isso publicamente. Mas é por uma nova geração de escritores que vem surgindo no País. Inclusive com o gigantesco apoio da sua esposa.
Não quero que o meu filho ouça a vida toda a ressalva: "Mas escritor é profissão? Tudo bem, mas, além de escrever, trabalha com o quê?"
Só para te dar um exemplo de um país onde o escritor é um profissional reconhecido pelas leis. E amparado por elas. Na Inglaterra, toda editora a publicar um livro, tem que mandar um exemplar para cada biblioteca pública
do país. Claro que os 40 mil exemplares são comprados pelo governo. Quem ganha? Em primeiro lugar o público. Ganha a editora, ganha o escritor. Ganha o País. Ganha a profissão.
O senhor poderá dizer que eu estou chorando de barriga cheia, que eu vendo bem. Tudo bem, mas se eu não escrever um livro por ano até o fim da minha vida, talvez eu não possa ajudar o meu filho que anda lá por Barcelona tentando ser escritor. Ou seja, morro de fome.
E para o Imposto de Renda, serei apenas mais um assemelhado morto, um CIC a menos. Mas esta crônica, presidente, não vai morrer, não. Vão-se os dedos, ficam os dígitos
Quebra essa pra gente, FHC. Mesmo porque você vai sair aí do Planalto Central e vai passar o resto da sua vida a escrever uns livros
E não vai querer que na sua biografia para o século seguinte alguém leia:
"Ex-presidente da República, no fim da vida tornou-se importante assemelhado."
P.S.: Por fim, senhor presidente, já havia escrito a crônica acima, já havia visto o senhor elogiando os nossos craques e o Felipão, logo após a maravilhosa conquista dos nossos jogadores lá na Ásia. Pois logo depois de ouvir suas palavras, recebo um telefonema da produção do Fantástico, da Rede Globo. Me diz o rapaz que eles estavam pedindo para cinco escritores brasileiros uma pequena crônica de 30 segundos para ir ao ar logo mais.
Fiquei envaidecido, presidente, de poder usar 30 segundos do Fantástico para cumprimentar aquela garotada toda. Só que - acrescentou o rapazinho - não tinha cachê. Se eu não faria o trabalho só pelo prestígio, senhor presidente. Será que esse rapazinho sabe quanto o Fantástico cobra por 30 segundos de comercial no domingo à noite? Será que ele sabe que eu trabalho há 42 anos, diariamente, para viver de... prestígio?







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-- Gatos --

"Quem dentre nós convive com gatos sabe que o homem nunca domesticou o gato.
Os felinos sim, desenvolveram a espécie humana para que aprendesse pequenos truques como abrir latas ou escovar o pelo.
Não se sabe o que será da humanidade quando a nave mãe retornar à Terra para levar os gatos de volta ao seu planeta natal.
Talvez eles permitam que alguns de nós os acompanhemos, só para sua diversão.

(Barbarian)"
Isso está lá no site da Leila, além de vários poemas, histórias e fotos...de gatos, claro!




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sábado, julho 6

-- ah, pessoa(s)! --

POEMA EM LINHA RETA
Fernando Pessoa


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.



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-- Livro --

"Vamo brincá de fica bestando e fazê um cafuné no outro e sonhá que a gente enricô e fomos todos morar nos Alpes Suíços e tamo lá só enchendo a cara e só zoiando? Vamo brincá que o Brasil deu certo e que todo mundo tá mijando a céu aberto, num festival de povão e dotô? Vamo brincá que a peste passô, que o HIV foi bombardeado com beagacês, e que tá todo mundo de novo namorando? Vamo brincá de morrê, porque a gente não morre mais e tamo sentindo saudade até de adoecê?"
(Trecho de CASCOS & CARÍCIAS - Hilda Hilst, à venda aqui )



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quinta-feira, julho 4

testando novo background



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terça-feira, julho 2

-- Mais mimos --

O site Poema em Movimento foi atualizado hoje - 02/07/2002 - com dois poemas, em discreto flash :))),
de poetas convidados:
Lílian Maial e Ivy Wyler.
Para visitá-lo é só clicar aqui
Coisas de dona Eliane Stoducto :)





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segunda-feira, julho 1

--PenTa!!!!!--

que em outubro mais uma estrelinha brilhe pelos céus do Brasil
:))))



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