Vôos Blog(u)éticos de Ivy


"e falta sempre uma coisa, um copo, uma brisa, uma frase... E a vida dói quanto mais se goza, e quanto mais se inventa..." Fernando Pessoa

domingo, dezembro 22

-- Coluna de hoje do Veríssimo --

Alfabeto

A — Primeira letra do alfabeto. A segunda é “L”, a terceira é “F” e a quarta é “A” de novo.AH — Interjeição. Usada para indicar espanto, admiração, medo. Curiosamente, também são as inicias de Alfred Hitchcock.


AHN? — O quê? Hein? Sério? Repete que eu sou halterofilista.

AI — Interjeição. Denota dor, apreensão ou êxtase, como em “Ai que bom, ai que bom”. Arcaico: Ato Institucional.

AI, AI — Expressão satírica, de troça. O mesmo que “Como nós estamos sensíveis hoje, hein, Juvenal?”

AI, AI, AI — Expressão de mau pressentimento, de que em boa coisa isto não pode dar, de olhem lá o que vocês vão fazer, gente.

AI, AI, AI, AI, AI — O mesmo que “Ai, ai, ai”, mas com mais dados sobre a gravidade da situação. Geralmente precede uma reprimenda ou uma fuga.

B — Primeira letra de Bach, Beethoven, Brahms, Bela Bartok, Brecht, Becket, Borges e Bergman mas também de Bigorrilho, o que destrói qualquer tese.

BB — Banco do Brasil, Brigitte Bardot, coisas desse tipo.

BELELÉU — Lugar de localização indefinida. Em alguns mapas fica além das Cucuias, em outros faz fronteira com Cafundó do Judas e Raio Que os Parta do Norte. Beleléu tem algumas características estranhas. Nenhum dos seus matos tem cachorro, todas as suas vacas estão no brejo — e todos os seus economistas são brasileiros.

C — Uma das letras mais populares. Sem ela não haveria carnaval, caipirinha, cafuné e crédito e a coisa seria bem mais complicada.

CÁ — Advérbio. Quer dizer “aqui no Brasil”. Também é o nome da letra K, de kafkiano, que também quer dizer “aqui no Brasil”.

CÊ — Diminutivo de “você”, como em “cê soube?” ou “cês me pagam”. Também se usa “cezinho” mas em casos muito particulares, a sós e com a luz apagada.

CO — “O outro”. Como em co-piloto (o outro piloto), coadjuvante (não o adjuvante principal, o outro) e coabitação (morar com a “outra”).

CÓ — O singular de “cós”, como em “cós das calças”, que até hoje ninguém descobriu o que são.

DE — Prefixo que significa o contrário, o avesso. Como em “decúbito”, ou com o cúbito para cima.

E — Conjunção. Importantíssima. Sem o E, muitas frases ficariam ininteligíveis, dificultando a comunicação entre as pessoas. Em compensação, não existiriam as duplas caipiras.

E? — E daí? Continue! Qual é a conclusão? Qual é o sentido dessa história? Onde você quer chegar, pombas? Vamos, fale, desembuche.

É — Afirmativa, confirmação, concordância. Também usado na forma reflexiva (“Pois é”), na forma interrogativa (“É?”), na forma reflexiva interrogativa (“Né?”) e na forma interrogativa retórico-histriônica reflexiva (“Ah, é?”).

É... — Com reticências, o mesmo que “Pois é”, mas como expressão de desânimo ou resignação filosófica , muito usado por torcedores do Botafogo e em comentários sobre o Ministério do Lula.

F — Antigamente, escrevia-se “ephe”.

GHIJKLMNOPQRSTUV — Letras que precedem o W, o X e o Z e sem as quais nenhum alfabeto estaria completo

W — De “Wellington” ou “Washington”. Só é mantida no alfabeto brasileiro para ser usada em nomes de jogadores de futebol, que têm exclusividade.

X — No Brasil, “queijo”.

Z — O “S” depois de um choque elétrico.

ZZZZ — Sssshhhh!



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