Numa segunda à noite, um segundo sem espaço Ivy Wyler
Tento o quarto — com telefone ocupado Volto ao computador — ocupado, não posso terminar o trabalho Tento o banheiro — também ocupado. Na sala transbordam gatos brancos, negros, cinzas, amarelos, quase azulados, pelas mesas, cadeiras e estofados. O que me resta? Dançar um tango argentino? Reler o jornal matutino? Decido dançar valsa na cozinha, com o som que vem da casa do vizinho. E bailo, bailo, rodopio Num imenso salão, rodopio. Olhos fechados, braços abertos Para um par invisível, Chamado cansaço. Até que tropeço, esbarro, Num gato.